GeralGente do mar: Samuel Albrecht
Confira o perfil do velejador Samuel Albrecht, que corre com o apoio da Marinas Nacionais

13.jul - O velejador Samuel Albrecht começou no optimist, mas velejou em snipe, soling, laser radial, laser standard, 49er, 470, match race e a classe oceânica, em que correrá como tático pela ORC Internacional, na Semana de Vela de Ilhabela, em julho. E já está de olho na nova sensação da vela, a classe S40. 'Gosto de variar o barco e as experiências', revela. Patrocinado pela Marinas Nacionais, ele conta um pouco dos seus projetos.
Qual a sua trajetória?
Iniciei na vela em 1988 quando eu tinha sete anos de idade. Meu pai teve contato com o esporte quando pequeno e mais tarde resolveu reviver os bons momentos de sua infância. Foi quando comprou seu primeiro veleiro, de 19 pés. Ao sairmos pela primeira vez, vi alguns meninos nas aulas da classe optimist. Aí pedi ao meu pai que me pusesse na escola de vela. Desde então não parei mais com a modalidade. De hobby passou ao esporte predileto que, por sua vez, hoje virou meu trabalho.
Velejei na classe optimist até os 15 anos, idade limite da classe. Tive resultados discretos, nunca fui um velejador de ponta. Me destacava pela bravura, por superar as regatas mais difíceis, de vento forte e por ser muito determinado. Muitas vezes acabei regatas com o barco quebrado, vela rasgada etc... Mas poucas vezes desistia.
Sempre gostei do ambiente da vela, estar inserido nas rodas de amigos e por isso gostava de velejar além do optimist. Quando havia regatas na classe oceano, eu largava o optimist e passava a tripular o barco do meu pai. Aí já tínhamos um veleiro de 24 pés e fazíamos muitas regatas aqui em Porto Alegre. Meu técnico me dizia que era necessária mais dedicação ao optimist, mas desde aquela idade eu já gostava de variar os barcos e as experiências.
Depois do optimist, passei por diversas classes, como proeiro de snipe, proeiro de soling, laser radial, laser standard, 49er, 470, match race e a classe oceânica.
Conquistei títulos em muitas delas, com destaque para a classe laser radial (campeão brasileiro em 2004), 470 (campeão brasileiro 2008 – 2009), 49er campeão brasileiro (2005-2006), match race (campeão brasileiro 2009), classe oceânica (campeão brasileiro 2000 – 2008).
Qual o seu objetivo atualmente?
Quero disputar uma vaga pan americana na classe snipe. Comprei um barco recentemente e passei a treinar. Ainda não disputei nenhum grande evento, apenas regatas locais. Mas o calendário deste ano promete boas regatas, como estadual do Rio Grande do Sul e sul brasileiro. Em janeiro de 2011, teremos o brasileiro em Porto Alegre e em fevereiro a Seletiva Pré Pan Americana, em local a ser definido ainda pela Confederação. O objetivo é vencer a seletiva e participar dos jogos pan americanos no México em 2011. Mas paralelo a classe Snipe, quero continuar competindo bastante na classe oceânica. Hoje tenho velejado no veleiro Touché Super, de Ernesto Breda, na função de tático. Em julho, temos um grande desafio que será a Semana de Vela de Ilhabela. A preparação deste evento começou logo que acabou nossa participação em 2009. Vamos em busca deste título que ainda falta pro nosso barco. Depois da semana de vela, talvez o projeto no Touché ainda continue, mas tenho grande desejo de velejar na mais nova classe oceânica, a grande sensação que será o S40. Continuar fazendo meu trabalho de tático em algum destes barcos também é um objetivo.
Qual a importância do apoio da Marinas Nacionais para você?
A Marinas Nacionais me dá um suporte muito grande, viabilizando a possibilidade de eu ter coisas que eu considero importantes no meu projeto. Hoje o esporte de alto rendimento passou a ser um negócio. O atleta precisa ser profissional, precisa estar treinando sem pensar em muitas coisas. Poder dedicar-se ao treinamento e as competições sem ter que se preocupar com outras coisas extra-esporte, é fundamental.
No esporte amador, o atleta precisa conseguir o patrocínio, treinar, muitas vezes sozinho, sem ter uma opinião externa, treinar a parte física, correr a regata, ter um bom desempenho, divulgar o patrocínio, programar a viagem, organizar os detalhes, comprar o material e ainda administrar a convivência com seu companheiro - que em muitos momentos são difíceis - que envolve qualquer campanha. Portanto, são muitas atribuições que sobrecarregam o atleta. Cuidar de tudo sozinho, não faz do atleta amador ser um bom competidor.
O atleta deve estar cercado de uma equipe multidisciplinar, com mais profissionais. Cada um destes profissionais tem um papel fundamental. No momento tenho um projeto que prevê tudo isso, mas na prática isso tem um custo. Sem um bom apoio não se consegue mover esta estrutura. Com o apoio das Marinas Nacionais eu passei a conseguir viabilizar parte deste projeto. Ganho também por agregar um nome forte à equipe. Ter um apoiador sério e com boa visibilidade, que possui um bom produto, que acredita no meu projeto, me facilita na busca por mais outros apoiadores.