GeralEntrevista especial - Tenacidade e garra
A extensa costa litorânea e a falta de opções de serviços náuticos, aliados a um espírito empreendedor, previam que o projeto da Marinas Nacionais estava predestinado ao sucesso

9.jan.2015 - “Esse argentino é louco!” pensou um amigo e um dos clientes mais antigos ao ver a maquete do que seria a marina, no início dos anos 80, idealizada pelo sócio administrativo da Marinas Nacionais, Juan Alfredo Rodriguez. “Muitos anos depois ele me confessou seu pensamento. Hoje em dia ele me diz ‘a verdade é que você superou aquela maquete de longe’”, conta Juan. “A maquete tinha uns 80% do que hoje somos.”
Assim é contada a história dos primeiros 40 anos da Marinas Nacionais. Cheia de superações e avanços. “Sempre tínhamos a convicção de que a marina ia acontecer”, explica Juan. “Era inadmissível que um país com uma costa desse tamanho e essa quantidade de praias, não tivesse nenhuma marina bem estruturada.”
A família, a esposa, duas filhas e um filho, compartilhavam da mesma opinião. “Ninguém acreditava quando o Juan, entusiasmado, mostrava aos primeiros clientes, que são nossos amigos até hoje, os planos e a maquete da marina”, lembra a esposa Estela. “Onde hoje está a portaria, havia apenas uma casinha caindo aos pedaços e a maquete em exposição. Eles davam risada porque diziam ‘esse argentino nunca vai conseguir fazer isso’.”
A filha, Claudia Rodriguez Comas, também se surpreende com o avanço do empreendimento. “Meu pai foi um visionário e nunca perdeu as esperanças. A Marinas Nacionais atingiu uma dimensão muito grande que nós mesmos não acreditamos. Toda a família tem muito orgulho.”
Trabalho árduo
Com muito trabalho e devagarinho, devagarinho a marina foi se tornando realidade. Como relata o filho Alejandro, que hoje é o gerente administrativo. “Era uma coisa pioneira, mas demoramos algum tempo para nos firmar. Teve horas difíceis mas nunca pensamos que não daria certo. Mesmo porque ela logo começou a funcionar. O crescimento é que demorou.”
Apesar de Claudia nunca ter trabalhado na marina, sempre esteve presente. “Conhecia quase todos os clientes. Quando meu pai comprou os terrenos, muita gente achava que ele era louco. Eu e meu irmão vínhamos todos os finais de semana de ônibus e ligávamos para alguém nos buscar na portaria, porque o caminho até o restaurante era muito precário.”
A filha Marcela, que por mais de 10 anos trabalhou na área administrativa da marina também recorda das adversidades da época. “O início foi difícil pois o mercado náutico se iniciava e havia poucos clientes. Sempre achei que era um projeto a longo prazo mas que tinha futuro devido à beleza da região.” A visão empreendedora foi uma das chaves do sucesso da Marinas Nacionais em sua opinião. “Passamos por uma evolução fantástica, uma gestão de negócios muito louvável que a deixou preparada para atender um público de nível internacional”.
Apesar da região ser maravilhosa, Marcela avalia que falta um melhor gerenciamento do município pelo poder público. “Esperamos que o município faça a parte dele. Saímos de um terreno aterrado para toda a implantação da infraestrutura, com uma gestão empreendedora e inovadora. Atendemos a clientes que têm meios de comparação com empreendimentos internacionais”.
Mais 40 anos
O ramo náutico não para de evoluir. Alejandro conta que é impossível ficar parado. Questionado sobre como imagina os próximos 40 anos da Marinas Nacionais, prevê mais crescimento. “Imagino uma possível expansão. Nossa intenção é sempre melhorar, procurar a excelência. É a nossa motivação e o que nos faz persistir. É um ramo de atividades no qual sempre precisamos inovar.”
Claudia só enxerga sucesso no futuro da marina a persistir o espírito empreendedor do pai e Marcela crê que, apesar da situação do país ter mudado muito e o mercado náutico estar passando por muitas dificuldades, a Marinas Nacionais está pronta para encarar os desafios.
Do alto de seus 89 anos, Juan Alfredo Rodriguez, prefere viver com afinco o momento e tem total confiança no porvir. “Com minha idade, eu não tenho o privilégio de sonhar com o futuro. Pra mim o futuro já é o presente. Creio que aqueles que me sucederão terão capacidade para evoluir.” E resume sua atividade com a mesma paixão de sempre. “Trabalhar na Marinas Nacionais é uma das coisas que me mantem bem, com vontade de participar e continuar.”
Dona Estela confirma a tenacidade do grande capitão da Marinas Nacionais. “Me sinto muito feliz em ver o resultado. A família, às vezes, não tem visão de tanto trabalho e sacrifício. Juan foi sempre muito entusiasmado e continuamente seguiu em frente, apesar das dificuldades.”
Pois que venha os próximos 40 anos da Marinas Nacionais!